Fonte da imagem: DIAS, B. Deviant Art. Disponível em: https://www.deviantart.com/brunogdias. Acesso em 25 jan. 2022.
Olá leitores! Estamos diante de uma reflexão que precisa nos inquietar: a educação na nova era. Há uma canção composta por integrantes da banda O Rappa que nos traz uma reflexão fantástica. Ela é denominada “O novo já nasce velho”. Conclamo os leitores deste blog a visitarem a letra. Mas em qual intento? Precisamos refletir e discutir sobre a educação que desejamos e que merecemos.
Vendar os nossos olhos para as salas de aula que são, ano após ano, reflexo do nosso passado com pitadas de tecnologia, está longe de ser uma inovação ou uma educação transformadora. As tecnologias emergentes no ensino são tão necessárias como nosso oxigênio. Mas estamos utilizando as novas tecnologias acertadamente? Ou estamos apenas incluindo no ensino tradicional as tecnologias? Não podemos denominar adaptação para os processos que estamos presenciando, mas acredita-se que há um engodo looping do que sempre existiu.
Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde recebeu um alerta sobre inúmeros casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China. No início de janeiro do ano seguinte, foi confirmada a identificação de um novo vírus, o 2019-nCoV, ou Covid-19. O contágio se alastrou por todos os continentes do planeta, fazendo com que as pessoas entrassem num contexto de isolamento e distanciamento social, causando o fechamento dos estabelecimentos comerciais, educacionais e empresariais. Desta forma, as residências passaram a ser um espaço de trabalho e estudo de grande parte da população mundial. Com essa situação avassaladora, tudo precisou de adaptação e os governantes emitiram orientações para as emergentes formas de trabalho. O Decreto nº 9.057, publicado ainda no ano de 2017, permite flexibilidades para a educação aberta e educação domiciliar, sejam, educação online, blended learning, MOOC e sequências didáticas realizadas para as especificidades da aprendizagem individualizada e autônoma, conforme estudo de Brito, Síveres Mercado e Neves Júnior (2020). E, com essas possibilidades, as pessoas foram, dentro de suas residências, adaptando-se para um novo diferente. Nesse sentido, precisamos compreender os acertos do período pandêmico para utilizar não apenas as ferramentas, mas as expertises criadas com o ensino remoto e o blended learning. Desta forma, vamos interagir? Como podemos fazer diferente? Como experienciar uma educação que não seja a mesma de 500 anos atrás, de forma expositiva, apenas para ouvintes? Acredita-se que essa mesma forma possa ser realizada por meio de uma câmera, com cada ouvinte em um lugar do mundo. Mas é para isso que serve a tecnologia? Para reproduzirmos o que sempre existiu mas cada um em sua casa? Não é o momento de compartilharmos nossas culturas? O que fizemos diante de uma situação totalmente adversa? O que uma comunidade realizou para um feito social? O estudo de Pires (2020) nos alerta e afrouxa as amarras que nos cegam (ou que propositalmente as colocamos) sobre as desigualdades social e econômica. U uso da tecnologia durante o período pandêmico para os estudantes que são provenientes de ambientes conectados e suas experiências no ensino remoto, está a anos luz de distância daqueles que utilizaram apenas os celulares para assistirem às aulas, considerando a baixa qualidade do sinal e ainda com o agravante de ter que compartilhar o mesmo aparelho com vários membros de seu núcleo familiar. O que fizemos a respeito? Não seria o momento e uma grande oportunidade de investimento por meio da conexão com instituições do Brasil e do mundo, por meio de cursos e capacitações, em razão da pandemia? Ou mais uma vez o egoísmo e a ganância nos tomou a frente?
Ainda tivemos um frescor no coração por meio de vídeos que foram viralizados com aqueles que ainda desejam fazer a diferença. Vejam abaixo:
Fonte: Santafe (2021).
É isso, leitores! É bastante desafiador trabalhar na educação nesta era. Pessoas altamente conectadas não para o compartilhamento de saberes, mas para acreditarem que estão bem informadas com pequenas chamadas de sites que fazem sensacionalismo em seus títulos em busca de acessos. E as pessoas, em uma velocidade extraordinária, consomem informações rasas e conteúdos fúteis. Em contrapartida, pessoas sem condições de acesso.
Como atrair o educando para a prática cidadã e para um mundo sustentável, vislumbrando a possibilidade de uma existência digna às novas gerações? É um mix de perturbações que precisamos discutir com muita urgência. Vamos juntos?
Referências:
Brito, R. O, Síveres, L. S., Mercado, L P. L., & Neves Júnior, I. J. (2020). O diálogo e a aprendizagem com Tecnologias da Informação e Comunicação no homeschooling. Práxis Educativa, Ponta Grossa, 15 (1), 1-21.
Dias, B. (2016). Deviant Art. Disponível em: https://www.deviantart.com/brunogdias. Acesso em 25 jan. 2022.
Pires, A. (2020). A Covid-19 e a Educação Superior no Brasil: usos diferenciados das tecnologias de comunicação virtual e o enfrentamento das desigualdades educacionais. Educación XXX(58). 83-103.
Santafe, T. (2021). Thiago Santafe Locuções. Garota foi roubar wifi olha oq aconteceu. Youtube, 29 abr. 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZA1DF578-60>. Acesso em 26 jan. 2022.
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