quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Tecnologia para o novo x educação tradicional tecnológica

 

Fonte da imagem: DIAS, B. Deviant Art. Disponível em: https://www.deviantart.com/brunogdias. Acesso em 25 jan. 2022.

Olá leitores! Estamos diante de uma reflexão que precisa nos inquietar: a educação na nova era. Há uma canção composta por integrantes da banda O Rappa que nos traz uma reflexão fantástica. Ela é denominada “O novo já nasce velho”. Conclamo os leitores deste blog a visitarem a letra. Mas em qual intento? Precisamos refletir e discutir sobre a educação que desejamos e que merecemos. 
Vendar os nossos olhos para as salas de aula que são, ano após ano, reflexo do nosso passado com pitadas de tecnologia, está longe de ser uma inovação ou uma educação transformadora. As tecnologias emergentes no ensino são tão necessárias como nosso oxigênio. Mas estamos utilizando as novas tecnologias acertadamente? Ou estamos apenas incluindo no ensino tradicional as tecnologias? Não podemos denominar adaptação para os processos que estamos presenciando, mas acredita-se que há um engodo looping do que sempre existiu. 
Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde recebeu um alerta sobre inúmeros casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China. No início de janeiro do ano seguinte, foi confirmada a identificação de um novo vírus, o 2019-nCoV, ou Covid-19. O contágio se alastrou por todos os continentes do planeta, fazendo com que as pessoas entrassem num contexto de isolamento e distanciamento social, causando o fechamento dos estabelecimentos comerciais, educacionais e empresariais. Desta forma, as residências passaram a ser um espaço de trabalho e estudo de grande parte da população mundial. Com essa situação avassaladora, tudo precisou de adaptação e os governantes emitiram orientações para as emergentes formas de trabalho. O Decreto nº 9.057, publicado ainda no ano de 2017, permite flexibilidades para a educação aberta e educação domiciliar, sejam, educação online, blended learning, MOOC e sequências didáticas realizadas para as especificidades da aprendizagem individualizada e autônoma, conforme estudo de Brito, Síveres Mercado e Neves Júnior (2020). E, com essas possibilidades, as pessoas foram, dentro de suas residências, adaptando-se para um novo diferente. Nesse sentido, precisamos compreender os acertos do período pandêmico para utilizar não apenas as ferramentas, mas as expertises criadas com o ensino remoto e o blended learning. Desta forma, vamos interagir? Como podemos fazer diferente? Como experienciar uma educação que não seja a mesma de 500 anos atrás, de forma expositiva, apenas para ouvintes? Acredita-se que essa mesma forma possa ser realizada por meio de uma câmera, com cada ouvinte em um lugar do mundo. Mas é para isso que serve a tecnologia? Para reproduzirmos o que sempre existiu mas cada um em sua casa? Não é o momento de compartilharmos nossas culturas? O que fizemos diante de uma situação totalmente adversa? O que uma comunidade realizou para um feito social? O estudo de Pires (2020) nos alerta e afrouxa as amarras que nos cegam (ou que propositalmente as colocamos) sobre as desigualdades social e econômica. U uso da tecnologia durante o período pandêmico para os estudantes que são provenientes de ambientes conectados e suas experiências no ensino remoto, está a anos luz de distância daqueles que utilizaram apenas os celulares para assistirem às aulas, considerando a baixa qualidade do sinal e ainda com o agravante de ter que compartilhar o mesmo aparelho com vários membros de seu núcleo familiar. O que fizemos a respeito? Não seria o momento e uma grande oportunidade de investimento por meio da conexão com instituições do Brasil e do mundo, por meio de cursos e capacitações, em razão da pandemia? Ou mais uma vez o egoísmo e a ganância nos tomou a frente?
Ainda tivemos um frescor no coração por meio de vídeos que foram viralizados com aqueles que ainda desejam fazer a diferença. Vejam abaixo:

Fonte: Santafe (2021).

É isso, leitores! É bastante desafiador trabalhar na educação nesta era. Pessoas altamente conectadas não para o compartilhamento de saberes, mas para acreditarem que estão bem informadas com pequenas chamadas de sites que fazem sensacionalismo em seus títulos em busca de acessos. E as pessoas, em uma velocidade extraordinária, consomem informações rasas e conteúdos fúteis.  Em contrapartida, pessoas sem condições de acesso. 
Como atrair o educando para a prática cidadã e para um mundo sustentável, vislumbrando a possibilidade de uma existência digna às novas gerações? É um mix de perturbações que precisamos discutir com muita urgência. Vamos juntos?


Referências:

Brito, R. O, Síveres, L. S., Mercado, L P. L., & Neves Júnior, I. J. (2020). O diálogo e a aprendizagem com Tecnologias da Informação e Comunicação no homeschooling. Práxis Educativa, Ponta Grossa, 15 (1), 1-21.

Dias, B. (2016). Deviant Art. Disponível em: https://www.deviantart.com/brunogdias. Acesso em 25 jan. 2022.

Pires, A. (2020). A Covid-19 e a Educação Superior no Brasil: usos diferenciados das tecnologias de comunicação virtual e o enfrentamento das desigualdades educacionais. Educación XXX(58). 83-103.

Santafe, T. (2021). Thiago Santafe Locuções. Garota foi roubar wifi olha oq aconteceu. Youtube, 29 abr. 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZA1DF578-60>. Acesso em 26 jan. 2022.





segunda-feira, 7 de julho de 2014

Nosso mundo de heróis com corações partidos

Fui ao cinema há pouco tempo assistir ao filme “Malévola” e, após a sessão, tive certeza de que meu próximo post seria inspirado no filme. Não se trata de uma sinopse, tampouco uma crítica. Pretendo levantar aspectos relevantes para reflexão que até mesmo quem não assistiu ao filme pode achar interessante e vir a assistir também: acredito que é uma experiência muito válida.
Em todos os contos infantis em suas versões originais, percebe-se a presença de um personagem “bonzinho” e, em contraposição, um personagem única e extremamente cruel. Esses são denominados pela literatura como personagens “planos”. Já nos (re)contos modernos, existem adaptações dessas histórias que, de forma fascinante, expõem as crianças ao lado humano dos personagens: os mesmos agora possuem grande densidade psicológica e aspectos de personalidade que a criança pode perceber como se constituíram ao longo da história. Esses novos personagens são definidos como “esféricos”, pois se pode identificar tanto o bem quanto o mal em suas ações e sentimentos. Na sessão do filme “Malévola”, que assisti com meu irmão de 7 anos, durante a cena em que a Malévola era uma criança ele perguntou:  “Ué, essa é a Malévola? Ela não é malvada?”. E depois, quando ela se tornou adulta (que no filme ocorre repentinamente), ele perguntou: “Agora sim ela é malvada né?”. 
Interessante essa tendência em classificar e separar o “bom” do “mau”. Eu não tiro o mérito desse aspecto dos contos de fada e, para justificar, conto a vocês o que foi defendido pelo autor Bruno Bettelheim, em seu livro “A psicanálise dos contos de fada”: de acordo com o psicólogo, os contos de fada são de extrema importância para a criança, pois as histórias falam ao ego que desabrocha e encorajam seu desenvolvimento, ao mesmo tempo em que aliviam pressões pré-conscientes e inconscientes. Isso ocorre da seguinte forma: no conto, os processos interiores da criança são exteriorizados no momento em que ela escuta a história e dá significado aos seus sentimentos através das ações e sentimentos dos personagens. Então, seus sentimentos se tornam compreensíveis por serem representados pelos diversos acontecimentos, tanto os bons quanto os malvados. Por isso é muito importante haver essa divisão nítida, para que a criança transfira todas as suas más emoções às personagens cruéis que, ao final da história, sempre são mortas ou desaparecem para sempre. Já o lado bom prevalece e é com ele que a criança se identifica, por fim. Todo ser humano cresce em busca de significados e a infância é a fase mais importante na constituição dos mesmos, pois há uma constante descoberta de emoções e uma grande gama processos psicológicos muitas vezes desconfortáveis para a criança (como o Complexo de Édipo, por exemplo). Transferir essas pulsões para os personagens promove um desenvolvimento saudável da psique.
Dando um tempo com a teoria, vamos voltar ao aspecto esférico dos personagens das histórias modernas: “Malévola” é um belo exemplo disso. A personagem aparece no clássico conto da Bela Adormecida como uma fada maligna que, ao ser negligenciada pelo rei, lança um feitiço em sua filha recém-nascida (Aurora). Mas o filme lançado recentemente mostra os reais motivos de Malévola ter lançado o feitiço e, curiosamente, depois se arrepende de ter o feito. É uma grande mudança de paradigma, que demonstra claramente que o mal não surge sozinho e sem razão: o mal surge a partir dos diversos outros males aos quais os seres humanos são acometidos. De forma muito profunda, o filme mostra porque Malévola age de forma tão cruel e como ela se redime e consegue superar todo o mal que partiu seu coração.
Muito fácil transpor todos esses significados às nossas vidas, não é mesmo? Quantas vezes julgamos nossos atos por acreditarmos tanto que temos de “ser” pessoas boas? Sim, temos de pensar no bem comum e também no nosso próprio bem, isso é aprendido socialmente. Mas deve haver uma tolerância com sentimentos, por piores que sejam em certos momentos. As pessoas vivem em busca de constituir uma identidade para que possam saber quem são, o que gostam de fazer, o que querem para o resto da vida... Sem levar em conta a essência efêmera que tem o ser humano e seus respectivos sentimentos. Nós, no fundo, não “somos” nada: assim como não existem pessoas totalmente boas e pessoas totalmente más, pessoas totalmente confiáveis ou pessoas totalmente irresponsáveis. Quando se trata dos outros, julgar é fácil, quando não se sabe o real motivo pelo qual as pessoas fazem o que fazem. É importante ter em mente que nada surge sem uma razão, uma origem. Essa origem pode ser familiar, pode ser traumática ou de um momento bom e marcante, enfim. Toda e qualquer ação humana tem uma raiz muito subjetiva que vem da história de cada um e acredite: pensar dessa forma pode melhorar muito a sua relação com o mundo.
Por fim, acho que falta compreender o que até os contos de fada já adaptaram em suas histórias: É preciso aceitar as emoções inerentes à natureza humana, mesmo que sejam contraditórias. Justamente! Devemos ter conhecimento da efemeridade das emoções e sentimentos, bem como de que esses vêm como uma carga muito subjetiva de cada um, e que cabe a nós compreender na medida do possível, ao invés de classificar o próximo de acordo com suas ações, ou até classificar a nós mesmos. Nem sempre é um bom dia pro seu colega de trabalho, pra sua família ou pros seus amigos. Nem sempre é um bom dia pra você! Às vezes o que você e os outros precisam é de uma boa dose de compreensão para que tudo venha à tona – como em um filme, mesmo – em que a personagem malvada é na verdade uma heroína que teve seu coração partido um dia.

domingo, 15 de junho de 2014

Olhares: o SEU e o MEU ponto de vista

Devido a mudanças profissionais, atrasei a postagem e aumentei minha curiosidade e ansiedade para ler o próximo post da minha parceira Verena.
Algumas experiências sobre a comunicação me levaram a esta escrita: a necessidade do ser humano de ser compreendido, ou, a insatisfação da incompreensão, que culmina no sentimento de indiferença. Quantas vezes você disse A e entenderam Z? E quantas tentativas foram realizadas de tentar explicar esse A, e o resultado da comunicação não chegou nem perto desta vogal? Pior é quando o emitente e emissor acreditam que se comunicaram efetivamente, e cada um vai para seu lado, um com seu A e outro com H...

Com essa sopa de letrinhas, acredito que temos quatro tipos de situações.

Certas vezes, a pessoa está com o estereótipo tão aguçado que, antes de proferir qualquer palavra, as pessoas já imaginam coisas boas ou coisas ruins. Se o emissor é uma pessoa equilibrada, sempre agindo com sensatez, a revolta e a rejeição do emitente sobre um comportamento contrário é imediato, sem reflexões. O histórico torna-se totalmente desmerecido, surgindo sentimentos de injustiça, ingratidão...

O conhecimento científico e o empirismo travam também suas barreiras. Discussões desnecessárias se alastram e o denominador comum não se concretiza. Os pontos de vista podem ser dos mais variados: baseando-se em cientistas, doutrinadores, regionalismos ou experiências cotidianas que acabaram dando certo.

Fonte: Disponível em http://profbiriba.blogspot.com.br/2013_04_01_archive.html. Acesso em 15 jun. 2014.

Saber se expressar é uma grande aptidão. Entender a expressão tal como ela é, uma dádiva. Certa vez, ainda na época de namoro, aprendi uma grande lição, que foi apreendida: devemos dar o valor real das coisas, saber a real intenção daquela pessoa. Assim, evitamos frustrações e brigas inúteis.

Por último, temos as chamadas bocas e ouvidos viciados. Aquela pessoa que sempre fala o que quer e aquela que escuta o que quer, agindo com o que lhe é mais conveniente. Depende de suas perspectivas e necessidades. Relacionar e conviver com esses característicos, é uma batalha diária.

Quando você é sempre mal compreendido, acredite: o problema pode estar em você! Os seus sentimentos podem estar confusos. Um grande sinal é visualizar se determinados afastamentos das pessoas estão ocorrendo ou simplesmente perceber que você mesmo se exclui das relações. Talvez seja o momento de procurar ajuda.

Uma grande amiga me disse algo para despertar ainda mais a minha vontade de escrever: "a verdade de um é uma. A verdade do outro, é outra. E, talvez, nenhuma destas pode ser de fato a verdade". Assim são os pontos de vistas, suas verdades, seus afãs...
O que mais fere é que, como dizia Henry James, “não há mentira pior do que uma verdade mal compreendida por aqueles que a ouvem”.

Para finalizar a postagem, apresento uma grande música, que, inevitavelmente, tudo depende do que relacionamos em nossa mente.

Quero Ver Você No Meu Lugar (Isabella Taviani)
Eu quero um pouco mais de mim
Eu quero um pouco mais pra mim
Eu quero simplesmente
Eu quero que acrescente
Eu sei que a vida às vezes dói
Eu sei que o tédio me corroí
Eu posso ser surpresa
E levantar ilesa
Diante da temperatura do ambiente
Sou quente, sou morna, sou fria ou dormente
Às vezes sou aperitivo ou banquete
Depende do que você relaciona em sua mente
Diante do padrão da moda que é vigente
Sou capa de revista ou jornal de ontem pra embrulhar presente
Depende do que você relaciona em sua mente
Eu só não quero o que sobrou
Restou, caiu e entornou
Eu quero a sobremesa
E sair à francesa
Se eu tiver que escolher
Prefiro mais o lado b
Não sigo a cartilha
Eu não sou parte da quadrilha
Eu só quero o que sobrou
Restou, caiu e entornou
Dispenso a sobremesa
Pra comer à francesa
Se eu tiver que escolher
Prefiro mais o lado z
Sigo a minha cartilha
Sou a líder quadrilha
Eu vou botar você na roda pra gingar
Eu quero ver você fazer acontecer
Vai rebolar para tentar me convencer
Queria ver você no meu lugar

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Os sonhos nos convém

Como é bom dar início à novos projetos! Me sinto honrada com essa oportunidade do blog, onde eu vou dar consistência às idéias que mais me inspiram no dia-a-dia, como também me sinto honrada de criar em parceria com a Rafa, que é uma pessoa maravilhosa!

Sem mais delongas com introduções, gostaria de dar início à minha participação no blog com dois elementos que vão dizer quem eu sou (sem que eu me apresente especificamente), a saber:  música e psicologia.

Vejam que relação interessante o autor Leonardo Luiz estabeleceu em seu livro Música no divã:
“Tanto na música como na psicanálise, temos a presença de sonoridades. Na primeira, pelo canto, ritmo, melodia e harmonia; na última, pela interpretação clínica dos sentidos da fala e suas inflexões, pelo silêncio e pausas.”

Desde pequena me interesso por música e meu sonho era ser compositora e cantora. Tudo bem para mim se eu vivesse só disso, eu seria feliz mesmo se não chegasse a ser famosa ou rica. Geralmente esses sonhos de infância se dissipam ao longo da vivência em sociedade devido às influências sociais e morais, mas em mim isso permaneceu até hoje, eu diria.

A mudança se deu apenas com o acréscimo de uma nova identificação, a psicologia, que se deu com o reconhecimento de que o outro (inclui-se todas as diferentes pessoas) é o que mais promove crescimento pessoal e espiritual no ser humano. A história desse reconhecimento eu conto a vocês em outra oportunidade. Meu objetivo pessoal com a psicologia sempre foi compreender ao máximo o que há de mais subjetivo e peculiar em cada sujeito com o qual vou me deparar na clínica e em outros contextos terapêuticos, para que cada experiência dessas acrescente em mim o que há de mais sublime nos seres humanos: a relação com a alteridade e sua consequente troca de experiências.

Onde a música entra em meio a tudo isso? Para mim, encontrei alternativas para não ignorar essa parte da minha essência, a saber: pretendo me aprofundar, ao longo da minha formação, em técnicas de musicoterapia (uma vertente psicológica que se relaciona diretamente com elementos musicais para promover o autoconhecimento); produzo (geralmente com participações) e publico gravações musicais na internet, o que têm resultado em ótima receptividade de amigos e até mesmo de desconhecidos; Para mim esse foi o ponto de equilíbrio: a música como um hobbie e como um potencial  método terapêutico.

O que quero que se atentem é ao valor simbólico da música aqui: qual é o anseio ou sonho que você carrega consigo que não consegue vivenciar em seu presente? Acredito que seja importante dar voz aos projetos que muitas vezes são deixados para trás por falta de motivação ou da crença de que aquilo daria certo. Isso tudo envolve autoconhecimento e “garra” para sair da mesmice e ir de encontro ao que você entende como essencialmente seu.


Como dizia Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e às informações inconscientes. Mesmo que ele se refira aí ao saber inconsciente (o que exige para seu alcance uma terapia psicanalítica), peço que se atentem ao fato de que é preciso dar vazão aos nossos sonhos, muitas vezes conscientes, mas obscurecidos por medo, insegurança, desculpas de que não somos capazes ou de que aquilo não nos convém. 

Por fim, percebam: Todos os nossos sonhos e anseios nos convém. É preciso valorizá-los e colocá-los em ação na medida do possível, pois isso vai se refletir em uma constante gratificação com o dia-a-dia e, consequentemente, promoverá felicidade.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Novos ventos

Estou louca para escrever sobre um tema que estou devendo a mim mesma colocar pra fora. Mas, devido a uma nova voz [ou novas letras], este tema ficará para maio, 15 de maio.

Quase dois anos depois, venho atualizar esta página com uma grande notícia. Nova parceira no ar! Ela é Verena Bello! Minha nova parceira nas palavras, vamos colocar este Blog pra andar. Suas postagens dispensarão apresentações. Mas, inevitavelmente, tenho que contar como nos conhecemos. Foi um dia agitado. Dois setores se cruzaram. Um auxílio, uma mera ajuda, a cativou e ela foi encontrar um novo abrigo, uma “segunda casa”. Trabalhamos juntas pouco tempo, mas na minha despedida, percebi que ganhei tudo que eu precisava: amigos sinceros, aprendizados, novos desafios e um grande incentivo de voltar a escrever.

Escreveremos em quinzenas. Ela dia 1º e, eu, aos dias 15.

E para meu recomeço [mais um, dentre tantos], esta imagem me chamou a atenção:
 
 

Frase que é título da obra do autor Roosevelt Andolphato Tiago.

Perceber que não há mais vento, é divino! Perceber que é momento de se retirar nem sempre é visível. Saber exatamente quando os ciclos se fecham para que tenhamos a chance de outros se abrirem, é a própria oportunidade sendo desvendada.

Nos apegar às coisas e pessoas, sinto que é perfeitamente normal. Reclamamos de rotinas, mas não vivemos sem elas. Nos acomodar significa que passamos por turbulências, que elas se acalmaram e que não estamos dispostos ou de fato querendo novas turbulências, porque assim tá bom. E esse ‘bom’ pode ser bom mesmo. Perceber que o ‘bom’ pode ser melhor ou apenas diferente, ou que os hábitos estão viciados, é uma linha notória que o ciclo está para se fechar.

E assim aconteceu. Estou a remar. E não sei quando o vento irá chegar. Mas está cedo ainda. Estou remando! Muito!!!

Estou remando com a experiência inenarrável da maternidade. É! Minha bebê nasceu em 30 de março de 2013. Um grande presente, uma grande dádiva. É o fruto de um relacionamento. Remamos para isso!

“Se perguntar o que é o amor pra mim, Não sei responder, Não sei explicar. Mas sei que o amor nasceu dentro de mim, Me fez renascer, Me fez despertar!” Arlindo Cruz

"Quando nasce um bebe…
nasce uma mãe,
nasce a cumplicidade,
o silêncio,
a delicadeza,
nasce a saudade,
a insegurança,
nasce o diálogo,
nasce um pai,
a amizade,
a vontade de viver mais,
quando nasce um bebê a vida renasce"


(texto retirado da propaganda Johnson & Johnson)
 
A maternidade é digna de um livro, ou suas doses hebdomadárias.

 
Estou remando com a experiência de um novo ambiente de trabalho, novas pessoas, novos produtos.
 
Estou remando com a experiência de novos hábitos, como o da leitura, da paciência, da perseverança.

Estou remando com a experiência de fazer novas amizades, entendendo que cada um carrega uma grande história e suas estórias.

Estou remando com a experiência de entrega, deixar que Ele comande.

O vento irá chegar. Mas, na boa: não está na hora. EU QUERO MAIS É REMAR!
 
Bem vinda, Verena! Vamos com tudo!
 


domingo, 6 de maio de 2012

Doses homeopáticas

Muito melhor que ver figurinhas no Facebook, de guerras de times, de memes, ou comments onde a pessoa foi almoçar, depois foi tomar banho... Encontrei diversos blogs onde se acha de um tudo e, venhamos e convenhamos, muito mais interessantes. Encontrei posts de uma mulher que foi morar fora e registra cada local onde passa, o que comer, como chegar em tal local com maior facilidade. Claro que sabemos que na internet tem tudo isso. O incrível é que dificilmente utilizamos esses recursos. Li outro onde ensina artesanato com o que você provavelmente iria jogar fora. Com uma calça rasgada, que não teria utilidade nem para dar, tampouco para um brechó, a artesã cobriu um caderno e deixou o bolso da calça para prender caneta ou algum papel.

Fonte: Disponível em http://reciclaedecora.com/reciclagem/artesanato-com-jeans/. Acesso em 05 mai. 2012.

Outro que eu vi no mural da saúde do meu serviço e achei o máximo, encontrei também em um blog. Com a garrafinha que geralmente compramos em sinal, ou com os ambulantes, para aliviar o calor, poderemos tampar sacos de alimentos para mantê-los mais frescos e conservados:

“A ideia é realmente genial! Serve para manter alimentos bem fechados e acredito que para outras coisas como roupas, miudezas, etc.
1. Corte logo abaixo do gargalo usando tesoura ou outro cortador.
2. Passe o saco plástico por dentro do gargalo cortado.
3. Depois basta fechar com a tampa. E pode usar nas embalagens de mantimentos, pães etc.”


E falando em garrafas, outro blog que eu vi, com uma excelente criação, com foto amplamente divulgada no twitter e face, sem o devido crédito ao criador. Marcelo Rosenbaum teve a fantástica ideia da horta vertical, onde ensina, inclusive, o passo a passo para sua produção.


Mas o que tudo isso tem a ver com o título dessa postagem?

Foi em uma dessas leituras que encontrei uma linda mensagem de Joseph Newton, chamada de “Princípio do Vazio”. Não sei se por coincidência ou realmente porque eu deveria encontrar, um vendedor me expressou essa mensagem dois dias antes. Fui à farmácia e na loja ao lado tinha um cartaz bem grande com promoções de piercings e semi-jóias. O dono da loja estava lá, e enquanto eu escolhia os apetrechos, ele contou que estava com o planejamento de ir para a China. Em menos de 20 minutos, ele conseguiu me contar as estratégias de venda, de treinamento e por que não dizer de vida? Comentou sobre um dos livros mais vendidos do mundo, de Stephen R. Covey: Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, que eu tive o prazer de ler. Livro em primeiro momento com uma leitura suave, mas, se não aplicar uma tática para a própria leitura, fica sendo um livro de história, não de estratégia. E ele comentou sobre o novo livro: O Oitavo Hábito, onde descreveu de tal forma que a vontade era sair de lá para comprar o livro. Mas o farei essa semana.

E nos poucos minutos que restavam na minha escolha dos adereços, escutei a conversa que ele traçava com a nova cliente que chegara... “Olha... Preste bem atenção, se desfaça daquilo que não te serve mais e dos excessos. Veja: tire metade das roupas do seu guarda-roupa e doe. Verá que em menos de três meses ele estará cheio novamente.”

Isso é fato. O mesmo devemos fazer com tudo. TUDO mesmo... Inclusive com as pessoas. Mas antes disso tudo... Segue a mensagem de Joseph:

PRINCÍPIO DO VAZIO

Tens o hábito de juntar objetos inúteis, acreditando que um dia, não sabes quando, poderás precisar deles?
Tens o hábito de juntar dinheiro, pois pensas que no futuro te poderá fazer falta?
Tens o hábito de guardar roupas, brinquedos, sapatos, móveis, utensílios domésticos e outras coisas que já não usas há bastante tempo?
… E dentro de ti?
Tens o hábito de guardar o que sentes, discussões, ressentimentos, tristezas, medos, pessoas, etc?
Não faças isso!
É anti-prosperidade!
É preciso criar um espaço, um vazio, para que as coisas novas cheguem à tua vida.
É preciso eliminar o que é inútil em ti e na tua vida, para que a prosperidade venha.
É a força desse vazio que absorverá e atrairá tudo o que tu desejas.
Enquanto estiveres material ou emocionalmente carregado de coisas velhas e inúteis, não haverá espaço aberto para outras oportunidades.
Os bens precisam circular.
Limpa as gavetas, os armários, o teu quarto, a garagem, dá tudo o que já não usas.
A atitude de guardar um montão de coisas inúteis, amarra a tua vida.
Não são os objetos guardados que param a tua vida, mas o significado da atitude de guardar.
Quando se guarda, considera-se a possibilidade de falta, de carência.
É acreditar que amanhã poderá faltar e tu não tens meios de prover as tuas necessidades.
Com essa postura tu estás a enviar uma mensagem para o teu cérebro e para a tua vida.
1 – Tu não confias no amanhã.
2 – Tu crês que o novo e o melhor, não são para ti, já que te alegras em guardar as coisas velhas e inúteis.
Renova-te…
Limpa a tua alma, joga fora os ressentimentos, as mágoas, os medos, os desentendimentos, as tristezas.
Essas coisas amarram a tua vida.
Guarda somente alegrias, carinhos, felicidade, confiança, fé, amigos, bondade, amor…
Coisas que te fazem voar bem alto.
Sê feliz.
Fonte: Disponível em http://conexoesdeamor.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html. Acesso em 05 mai. 2012.

Assim, acredito que, para finalizar essa postagem, eu creio que devemos sim nos desfazer de tudo que não nos é proveitoso, ou bom, ou os excessos... Mas devemos fazer isso devagar, com calma, principalmente, como falei, se no caso for de pessoas. Precisamos nos relacionar constantemente, e nem sempre nos relacionamos com as melhores pessoas. Inevitavelmente, vamos nos deparar com pessoas ruins e que nos deixam pra baixo, que têm péssima energia... Contudo, mesmo que sejam essas pessoas, cuidemos para tirarmos de nossas vidas em doses homeopáticas, para que a fluidez possa reger.

Não tenha medo de se livrar do objeto que você guarda década após década com tanto zelo. Ele será bem vindo para quem o terá pela primeira vez.

Esse longo post foi também para eu perceber que estou tentando.

Homeopatia: é a certeza que as coisas podem ser feitas com paciência e que terá um resultado duradouro. Porque tudo que é demais ou de menos é veneno!

sábado, 28 de abril de 2012

As novas vozes


Por não deixar de ser um Mix, a Música Popular Brasileira deixou de ter a cara da Elis Regina, Maria Bethânia e Gal Costa. Há alguns anos, em entrevista à Folha de São Paulo on line, a excêntrica cantora Céu expôs: o rótulo de cantora de MPB ficou limitado. Mas acredito que limitada mesmo vem ser a percepção de nós brasilienses. No quesito das novidades culturais, Brasília está muito aquém dos espetáculos que Sampa e Rio proporcionam. Não diminuo as revelações candangas, jamais. Mas ao questionar um brasiliense ele sempre recordará de nomes como Legião Urbana, Capital Inicial e, pra quem gosta, até Rick e Renner.

Abaixo, vídeo da cantora Céu e seu irmão, Diogo Poças, com música irreverente, deliciosa de se escutar: “Na que te diz respeito”

O intuito deste artigo, então, é trazer nomes de cantoras que vêm compor o cenário brasileiro, com revelações não apenas nacionais. Algumas delas são indicadas primeiramente a prêmios estrangeiros. Pelos seus nomes talvez não as conheça, mas vira e mexe têm canções delas nas novelas globais e suas participações no programa Som Brasil. Para aqueles que passam um bom tempo no trânsito brasiliense, seja indo ao serviço ou à faculdade, ou aos dois... vale escutar a rádio Nova Brasil FM (estação 97,5). Todas as cantoras aqui relacionadas batem ponto na programação da Nova. Sem falar nas promoções que a rádio oferece.

A primeira delas vem em proporção avassaladora: Myllena. Conhecida como Drª. Myllena, esta mineira é também médica, ficou nacionalmente conhecida quando foi revelação da Garagem do Faustão em 2009. Voz doce, é também parceira de composição do cantor Vander lee e Isabella Taviani. Mas confesso que a conheci procurando loucamente pelo trecho da música “Meu jeito”, através de uma gravação feita pelo celular, de parte da música quando passava na rádio. Mas os créditos ficarão para a música “Quando” e “Eu não queria ter razão”... Esta última vale para aqueles que se preocupam com pouco... pois vem retratar que, como nas palavras da cantora, “todas as brigas de amor são pelo mesmo motivo, você briga pra ver quem tem razão... E essa canção foi sobre uma pessoa que descobriu o óbvio: eu não queria ter razão, eu queria ter você”.


A segunda, fará show aqui em Brasília amanhã, na Sala Villa Lobos, no Teatro Nacional, às 20h. Roberta Sá, que já é detentora de uma vendagem de DVD de ouro, fez participações incríveis com artista brasileiros, como no DVD de Ana Carolina. Lançou seu primeiro disco em 2004.

Não duvido suas canções serem enquadradas em praticamente todas as novelas, como Monique Kessous. Falando nesta, qual noveleiro não lembra da trilha de Cordel Encantado, a faixa “Coração”. Esta música está estourada em todas as rádios do Brasil. Mas não dá pra deixar de falar das músicas “Levo minha vida assim” e “Sonhos”. Monique regravou a música de Peninha como um belo Tango. Vale conferir:


São nomes que, talvez até o momento, só tenha um familiar.
Vamos então para a paulista que se encontrando em Paris com Seu Jorge, foi convidada para abrir seus shows na turnê européia: Mariana Aydar. Iniciou em 2000, voltou ao Brial em 2005 e já em 2007 teve sua trilha em novela global.

Formada em Psicologia, Anna Ratto iniciou em 2003, teve participação no especial do Raul Seixas pelo Som Brasil. Com três álbuns, até o momento, só ouvi uma música sua na rádio: “Seja lá como for”.



Bruna Caram até meu vizinho escuta... Ou seja, dificilmente alguém ainda não a conheça. Seu primeiro álbum é datado de 2006. Trouxe a música que mais gosto dela: “Fim de Tarde”. Tem um vídeo no YT com suas primas trigêmeas que cantam essa música homenageando-a, é uma tragédia, mas não deixa de ser bonitinho....


A última que apresento é Ana Cañas. Graduou-se em música em 2007, é também recordista nas estações de rádio brasileiras.


Certa vez, um professor meu de Processo Civil, disse que esse tipo de música é “plano de fundo para conversa alheia”. Jamais esqueci dessa frase... Até porque, concordo com ela. Esse estilo musical não é para baladas. Mas, nada melhor que música de qualidade para harmonizar o ambiente de uma boa conversa, não é mesmo?

Espero que apreciem as novas vozes da “MPB”.