sexta-feira, 2 de maio de 2014

Os sonhos nos convém

Como é bom dar início à novos projetos! Me sinto honrada com essa oportunidade do blog, onde eu vou dar consistência às idéias que mais me inspiram no dia-a-dia, como também me sinto honrada de criar em parceria com a Rafa, que é uma pessoa maravilhosa!

Sem mais delongas com introduções, gostaria de dar início à minha participação no blog com dois elementos que vão dizer quem eu sou (sem que eu me apresente especificamente), a saber:  música e psicologia.

Vejam que relação interessante o autor Leonardo Luiz estabeleceu em seu livro Música no divã:
“Tanto na música como na psicanálise, temos a presença de sonoridades. Na primeira, pelo canto, ritmo, melodia e harmonia; na última, pela interpretação clínica dos sentidos da fala e suas inflexões, pelo silêncio e pausas.”

Desde pequena me interesso por música e meu sonho era ser compositora e cantora. Tudo bem para mim se eu vivesse só disso, eu seria feliz mesmo se não chegasse a ser famosa ou rica. Geralmente esses sonhos de infância se dissipam ao longo da vivência em sociedade devido às influências sociais e morais, mas em mim isso permaneceu até hoje, eu diria.

A mudança se deu apenas com o acréscimo de uma nova identificação, a psicologia, que se deu com o reconhecimento de que o outro (inclui-se todas as diferentes pessoas) é o que mais promove crescimento pessoal e espiritual no ser humano. A história desse reconhecimento eu conto a vocês em outra oportunidade. Meu objetivo pessoal com a psicologia sempre foi compreender ao máximo o que há de mais subjetivo e peculiar em cada sujeito com o qual vou me deparar na clínica e em outros contextos terapêuticos, para que cada experiência dessas acrescente em mim o que há de mais sublime nos seres humanos: a relação com a alteridade e sua consequente troca de experiências.

Onde a música entra em meio a tudo isso? Para mim, encontrei alternativas para não ignorar essa parte da minha essência, a saber: pretendo me aprofundar, ao longo da minha formação, em técnicas de musicoterapia (uma vertente psicológica que se relaciona diretamente com elementos musicais para promover o autoconhecimento); produzo (geralmente com participações) e publico gravações musicais na internet, o que têm resultado em ótima receptividade de amigos e até mesmo de desconhecidos; Para mim esse foi o ponto de equilíbrio: a música como um hobbie e como um potencial  método terapêutico.

O que quero que se atentem é ao valor simbólico da música aqui: qual é o anseio ou sonho que você carrega consigo que não consegue vivenciar em seu presente? Acredito que seja importante dar voz aos projetos que muitas vezes são deixados para trás por falta de motivação ou da crença de que aquilo daria certo. Isso tudo envolve autoconhecimento e “garra” para sair da mesmice e ir de encontro ao que você entende como essencialmente seu.


Como dizia Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e às informações inconscientes. Mesmo que ele se refira aí ao saber inconsciente (o que exige para seu alcance uma terapia psicanalítica), peço que se atentem ao fato de que é preciso dar vazão aos nossos sonhos, muitas vezes conscientes, mas obscurecidos por medo, insegurança, desculpas de que não somos capazes ou de que aquilo não nos convém. 

Por fim, percebam: Todos os nossos sonhos e anseios nos convém. É preciso valorizá-los e colocá-los em ação na medida do possível, pois isso vai se refletir em uma constante gratificação com o dia-a-dia e, consequentemente, promoverá felicidade.